27 março 2011

Tudo que é bom e “esquenta” dura pouco.



Hoje, domingo. 27 de março de 2011, os fãs de Regina Casé deram tchau ao Esquenta, programa apresentado por ela na TV globo. Poderia ser um adeus, mas vale acreditar, como a própria apresentadora  afirmou, que o programa retornará em breve. Tomara que seja breve mesmo, pois esse é tipo de programa que faltava na televisão brasileira: Descontraído, totalmente popular. Porém, feito com cautela para não cair no ridículo ou até mesmo na vulgaridade.
Lembro de uma vez em que perguntei para um amigo meu se ele assistia ao programa. Ele disse que não. Que ali não tinha nada do seu interesse. E que ficar vendo um bando de gente feia falando errado, dançando funk e pagode seria uma perda de tempo. Disse ainda que preferia ver um bom filme americano ou até mesmo um programa de reportagens inusitadas, pois assim seu nível cultural aumentaria de maneira mais adequada.
Achei ótima a opinião dele, mas isso não quer dizer que eu concorde com ela. Não mesmo!
O Esquenta foi um programa totalmente diferente de qualquer outro. Seu público alvo foi a classe social mais baixa, mas não foi por essa razão que seu conteúdo era desqualificado. Muito pelo contrário. Tudo foi de maneira bem original, levando em conta que as atrações e as entrevistas eram feitas de forma tão original que qualquer um, independente do seu grau de instrução, conseguia absorver as informações de maneira produtiva.
Acompanhei o programa todos os domingos. E a conclusão que cheguei foi que o objetivo do programa, mais ainda da digníssima apresentadora, era nada mais do que fazer com que a sociedade entendesse um pouco mais sobre um ato que é, e sempre foi muito discutido, o preconceito.


Regina Casé recebeu muitos e diferentes tipos de convidados. Desde o ex super presidente da República Lula até simples moradores de comunidades cariocas. E em qualquer uma das entrevistas, todas feitas de maneira bem simples e descontraída, a apresentadora do seu horário nas tardes de domingo, o melhor programa de auditório dos últimos tempos.
Inconformados, sentiremos saudades. Não há como entender o porque de um programa tão popular e bom de assistir deve sair do ar assim, depois de nos ter deixado mal acostumados em querer vê-lo do começo ao fim.
Mas, como Regina Casé disse: O Esquenta volta! E trará de volta a alegria da sua tarde de domingo
Ficamos no aguardo. E também com a ideia de que tudo que é bom e “esquenta”, dura pouco.

16 março 2011

Amor e sexo... E esteriótipos

Até que ponto os meios de comunicação podem influenciar numa sociedade totalmente desorientada?

Ontem a noite estava com minha família assistindo ao desinibido programa Amor e Sexo comandando por Fernanda Lima, na Rede Globo,. Tenho certeza que o que chamou a atenção de todos que estavam de frente para a telinha da sala sentados no grande sofá de almofadas cor de abóbora foi uma competição que se intitulava “Gayme”, onde três jovens gays participavam de disputas com o objetivo de ganhar uma viagem num super cruzeiro marítimo com direito a acompanhante. A princípio fora até interessante acompanhar a brincadeira que incluía perguntas e respostas sobre a cultura gay no Brasil e provas como dançar numa pista de dança etc. Tudo era julgado por três conceituadas celebridades: A divertidíssima Susana Vieira, a deslumbrante Paula Burlamaqui e a extravagante transexual Rogéria. Entre uma prova e outra fiz uma análise profunda do que estava sendo veiculado em rede nacional e percebi que alguma coisa estava fora dos eixos. Fiquei na minha, quieto, calado... Tudo para evitar o atrito familiar. Entretanto ouvi minha tia dizer: “Acho interessante este programa dar a oportunidade aos gays aparecerem em quadros voltados para eles”. Respondi: “É tia, pois é!” Não concordei com a afirmativa da minha digníssima titia do coração. Mas não era hora de eu por em prática a análise de todo aquele discurso hipócrita e preconceituoso que estava sendo passado na telinha da super emissora. Sem dúvidas eu estragaria o final de noite da minha linda família, que na naquele momento, como muitas outras no Brasil, achava tudo aquilo ali hilário, moderno e descolado. Tudo “maquiado”, diria. Mas agora estou na construção de um texto crítico, e vou usar a argumentação necessária para provar a você, leitor, que todo aquele “Gayme” estava transbordando de um forte mal social.
Quem assistiu ao programa vai lembrar do último quadro da disputa que era da seguinte maneira: Os participantes, trajados de terno e gravata e com uma pasta tipo executivo em mãos deveriam percorrer uma casa cenográfica fazendo tudo aquilo que “homens de verdade” fazem no dia-a-dia, como por um prego na parede, trocar uma lâmpada, matar uma barata etc. A principio isso parece algo inocente e divertido que mantém milhares de espectadores distraídos e entretidos. Mas, garanto para você que não. Já ouviu falar em criar estereótipos? Não? Então a dica é: Antes de continuar essa leitura online, abra uma nova aba e procure no famoso site de busca por essa palavrinha. Achou? Que bom! Agora compare a minha definição: Toda a imagem pré-concebida que é divulgada através de um meio de comunicação sobre determinada pessoa ou grupo social ou até mesmo de uma situação ocorrida e que é alcançada e absorvida pelo público, ganha-se o nome de estereotipo. É o que antecede o preconceito através de fortes e disfarçadas manipulações. Na sociedade brasileira, alguns exemplos de esteriótipos são: “toda loira é burra”, “todo morador de favela é bandido”, “todo policial é corrupto”, "todos os americanos são arrogantes", "todos os ingleses são frios", "todos os baianos são preguiçosos", "todos os paulistas são metidos", todos os gaúchos são gays e “todos os gays tem comportamentos femininos”. Tudo isso criado pela mídia por meio de músicas, novelas, seriados, programas de humor e  de auditório que falam sobre sexo altas horas da noite. Tudo é absorvido pela massa de uma maneira que parece inofensiva, porém totalmente maquiada que, consequentemente, gera o preconceito.

É lamentável, mas em pleno século XXI numa era totalmente pós-modernizada, famílias brasileiras ainda seguem padrões equivocados de uma sociedade totalmente desorientada. E os meios de comunicação mal intencionados pintam e bordam com tal fato verídico. É lamentável também saber que ainda é grande o número de pessoas que absorvem com facilidade tudo o que se passa na telinha da TV sem antes fazer uma análise de todo aquele discurso. Sem antes relativizar os fatos. É lamentável saber que a alienação humana é explorada pelos meios de comunicação.

E assim vamos vivendo com muito amor, sexo e preconceito.

04 março 2011

Afinal, o que é polêmica?

É estranho pensar que nossa super sociedade pós-moderna, avançada e descolada ainda se baseia em meros pensamentos obsoletos e preconceituosos.


Por que será que tudo (quase tudo) se modifica, menos os conceitos pré-concebidos que ainda temos daqueles ou daquilo que são diferentes de nós?


Ele pode abraçar/beijar outro homem?


Será que é por conta de meios de comunicação (não todos, mas alguns) que estão aí apenas para deixar toda a massa bem mais desorientada que antes? Pode ser que sim!

03 março 2011

Felicidade


Em sua caminhada pelas ruas geladas de inverno, Saulo se deu por vencido ao frio. Entrou numa loja e comprou um simples casaco, porém quente e confortável. Assim, sentiu-se um pouco mais aquecido. Só um pouco.