Conflito
Lucas chegou em casa e se deparou com
seu irmão mais velho sentado no chão da sala, assistindo televisão. Sem
cumprimentá-lo, dirigiu-se para o quarto. O irmão sem entender foi atrás dele e
o interpelou:
- De onde você vem, Lucas?
- Venho da casa do Kaique.
- E quem é Kaique?
- Um colega da faculdade, respondeu
Lucas já aborrecido.
- Você nunca falou de nenhum Kaique.
Pode descrevê-lo? Insistiu o irmão.
- Nunca falei nada a respeito dele
porque nunca me perguntaram, retrucou Lucas.
- Pois então... Estou perguntando agora.
- Mas, agora, eu não estou a fim de
conversar. Estou com sono, disse Lucas fechando a porta.
Essa é uma situação típica dentro de
qualquer lar onde existe um rapaz que não seguiu as orientações do pai ou do
irmão mais velho. Qualquer rapaz com seus quinze ou dezesseis anos, vive
um grande conflito quando sente a necessidade de compartilhar seus desejos com os
outros, mas não consegue.
O conflito torna-se mais intenso quando
o rapaz percebe que seu pensamento – e também seu sentimento - é diferente do
discurso social que aprendera em casa com a família, na escola com a
professora, ou na religião com o seu orientador. Tudo acontece de forma
etnocêntrica. E o jovem, na flor da idade, se esconde, sofre, chora...
Não deveria ser assim. Mas é o que
acontece. E esse fato comprova o que a sociedade pós-moderna ainda tem muito,
mas muito que aprender.
Aprendamos a partir de agora!
E vivamos de maneira verdadeiramente
correta!
Um comentário:
Esse pequeno texto com cara de crônica me remete a ligações recebidas durante conversas infindáveis, em meio ao verde belíssimo do queridíssimo Sr. Lage...
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